quinta-feira, 22 de maio de 2014

Guarda Municipal de Florianópolis começa a usar cães nas rondas a partir de quarta-feira.


A partir desta quarta-feira, os florianopolitanos verão circulando nas ruas do Centro da cidade um simpático novo membro da Guarda Municipal. Ele se chama Charlie, tem apenas dois anos e quatro meses, mas vai dar uma grande ajuda para os agentes. 

É um cão da raça pastor belga malinois (se pronuncia malinoá), uma das mais versáteis para trabalhos policiais: sabe rastrear, farejar, proteger e atacar, além de ser extremamente ágil. 

Ao lado de qualquer um dos 12 guardas capacitados para trabalhar com os cães, Charlie parece apenas um cachorrinho simpático. Sob as ordens do agente, o cachorro sabe sentar, deitar, se fingir de morto. Também sabe atacar, proteger perímetro, guardar um objeto, rastrear uma pessoa, achar drogas em malas e pode até escoltar um preso — se o meliante resolver fugir, recebe uma mordida tão forte quanto a de um pit bull. 

Porém, não é preciso ter medo. O cão é tão dócil que traz segurança mesmo aos mais medrosos. Charlie começou seu treinamento aos 45 dias de vida na empresa Skia, em Santo Amaro da Imperatriz. Nesse período foi adestrado através de uma série de brincadeiras que têm o propósito de deixar o cachorro afim de trabalhar. Mais que isso, o animal fica ciente do que está fazendo (e se diverte com isso). 

O adestrador Eron Kaizer explica que nos anos 1980 os cães de guarda eram criados para morder tudo que estava na frente, e, assim que despertada, ninguém conseguia controlar essa fúria. Da forma que Charlie foi educado, mesmo em situações de agressividade, basta um comando para a faceta mansa reaparecer (mesmo com a pessoa recém-atacada). 

         
Foto: Marco Favero, Agência RBS

Todo esse controle é baseado em comandos que "ligam" e "desligam" a violência nos cachorros. Isso é usado para dar segurança aos cidadãos. Em uma demonstração feita pelos adestradores, Charlie recebe o comando para proteger o agente. 

O cachorro fica atento a qualquer movimentação de pessoas e, ao mesmo tempo, não sai das proximidades do seu dono. Um dos treinadores empurra o pastor malinois e tenta irritá-lo. Nada acontece. Basta encostarem no guarda para que o cão inicie o ataque. Outra habilidade do pastor malinois é encontrar drogas. 

Ele foi treinado com um elemento que possui todos os aromas dos entorpecentes mais comuns — maconha, crack, LSD, entre outros — de forma que ele consiga identificar facilmente qualquer destas substâncias. 

Ele fareja e senta, para avisar o Guarda. Charlie já testou essa sua capacidade em situações reais e ajudou a Polícia Civil a prender um traficante durante uma operação. São tantos comandos ensinados ao Charlie que nem mesmo o Eron dá conta de relembrar todos. Por isso, não só o cachorro precisa passar por treinamento. Todos os 12 guardas foram capacitados para trabalhar com o cão nas ruas. 

— O cachorro, assim como uma arma, só é uma ferramenta útil se alguém souber usá-lo — afirma Eron. 

Comandos em francês 
Charlie foi educado na língua do país natal de sua raça, o francês. Desta maneira se evita que outras pessoas deem comando ao cão e também facilita a participação da Guarda Municipal em concursos internacionais de treinamento de cães. 

A língua também é uma influência dos treinadores, que fizeram cursos na Europa para melhorar a qualidade do adestramento. 

Mais oito cães farão parte da Guarda 
Ao todo a portaria Guarda terá nove cães trabalhando nas ruas. Até agora apenas três foram comprados: Alfa — uma Rotweiller que será apenas em operações ostensivas —, Bravo — um pastor belga malinois de sete meses que ainda está em fase de adestramento — e Charlie. Ainda não existe previsão para a aquisição dos outros cachorros. 

Segundo o agente Rodrigo Bassi Astromecas, responsável pelo projeto, os cães ajudarão em operações da Guarda e até em apoio às polícias Civil e Rodoviária Federal. Outro intuito é fazer demonstrações das habilidades dos cachorros em escolas, visando melhorar a imagem da instituição: 

— Geralmente a Guarda é chamada em situações de violência e a nossa imagem fica associada à força. Queremos mudar isso e levar os cães para socializar com as crianças e jovens — explica Bassi.
Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/

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